Ficamos 30 dias no país e 17 dias na ilha sul, em fevereiro de 2024. Alugamos carro e dirigimos mais de 3800km em mão inglesa. Parece cansativo, mas não foi. Foi maravilhoso, isso sim!

Iniciamos em Queenstown e já gostamos do que vimos. Uma cidade no meio de uma cordilheira e à volta de um lago azul. Um encanto. Aproveitamos um pouco do lado e da cordilheira que rodeia a cidade. Dirigimos por uma estrada, no meio da cordilheira, com vistas incríveis da cidade e das montanas. No fim do dia jantamos em um dos inúmeros restaurantes ao redor do lago. Depois, fomos finalmente descansar.

O dia seguinte foi dedicado a conhecer os arredores de Queenstown. Fomos até o primeiro buggie jump do mundo, sobre um rio azul e conhecemos uma charmosa cidade com ares de velo oeste, a Arrowtown, depois continuamos dirigimos por uma estrada linda, até Glenorchy.

Foram 3 dias na mais famosa região de fiordes do país. O caminho entre Queenstown e Milford Sound, onde dormiríamos, já é uma atração. É um país cheio de rotas cênicas e esta era uma delas. Apesar de ser um trecho com 290Km, demoramos o dia todo, parando tanto em pontos que já tínhamos mapeado como em outros pontos lindíssimos que íamos vendo na própria estrada.

A chegada na região de Milford Sound te dá a sensação de estar em um filme. Grandioso, impactante, mágico, misterioso e, sem dúvida, sua beleza não se traduz em fotos. Tem que ver.

No dia seguinte fizemos um passeio de barco de 2h para conhecer Milford Sound. A tarde era para termos feito um passeio de helicóptero para ver o Lake Quill e a Sutherland Falls, mas infelizmente o tempo não ajudou e o vôo foi cancelado. No fim do dia voltamos para Te Anau, onde passaríamos a noite. A cidade é pequena, mas é bonita e com bons restaurantes.

No dia seguinte, partindo de Te Anau, fizemos outro passeio de barco para conhecer Doubtful Sound. Esse foi um tour mais longo, porque a geografia da região exige. Após o passeio, era hora de dirigir até o extremo sul da ilha sul. Mais uma estrada linda, com muitas praias, cachoeiras e trilhas. Nesta noite dormimos em Invercargill e seguimos conhecendo a região no dia seguinte. Nesta região, destaques para Cathedral Caves e Nugget Point.

Desta região, partimos para Dunedin. Era só uma passagem, com poucas atrações, mas se tornou a nossa cidade favorita em todo o país. Muitas cidades da Nova Zelândia ou se formaram ao redor de um lago (sempre azul, sempre lindo) ou são litorâneas. Dunedin é litorânea e o mar “entra” na cidade, formando um cenário maravilhoso. Lá, além de dar uma volta pela cidade, fizemos um tour para ver pinguins e, depois, seguimos viagem para Wanaka. No caminho, ainda perto de Dunedin, passamos para conhecer as Moeraki Boulders.

Ao chegar na famosa Wanaka, já formos direto conhecer a famosa Wanaka Tree. No dia seguinte, tínhamos um desafio, que era a fazer a trilha Roy’s Peak. E assim foi, cumprimos a meta. Para nós, que não somos nenhum exemplo fitness, foi exaustivo e fizemos em mais tempo do que o previsto, mas consideramos que super valeu a pena.

O próximo destino era a região do Mount Cook. Lá, assim como em Milford Sound, há poucas opções de hospedagem e o ideal é reservar com bastante antecedência. O clima na região é, digamos, desafiador. Aqui tínhamos programado outro passeio de helicóptero e por pouco não foi cancelado. Lemos em algum lugar que, nesta região, a chance de cancelamento dos passeios era de 30%, enquanto na região do Franz Glacier era de 50%. Bom, aqui tivemos muita sorte. Os vôos da manhã tinham sido cancelados e os da tarde, após o nosso, também foram.

Esse dia foi cheio e incrível. Sem dúvida um dos melhores da viagem. A chegada na região do Mount Cook é muito impactante. O azul surreal do lago Pukaki com os picos nevados ao fundo (num dia claro) não à toa é um dos cartões postais da Nova Zelândia.

O passeio de helicóptero com caminhada no Tasman Glacier valeu cada centavo. O guia procura grutas/fissuras no gelo e, mesmo quando não acha, ele cria, para que os turistas possam se aventurar, de forma segura, no azul das ice caves. Imperdível.

Por fim, terminamos o dia fazendo a Hooker Valley Track, de 10Km. Quando terminamos tudo isso ventava MUITO e já passava das 20h.

No dia seguinte amanheceu chovendo e continuava ventando demais. Mesmo assim, o azul impressionante do Lake Pukaki estava lá, inabalável. Curtimos um pouco mais dele, com mil paradas para fotografia, depois seguimos para conhecer o Lake Tekapo e sua famosa igrejinha, a Church of the Good Shepherd. Não nos alongamos muito ali, mas reparamos que ao lado do lago tinha diversos restaurantes e lojinhas. Tínhamos que seguir viagem até Geraldine, onde dormiríamos aquela noite.

Os dois dias seguinte foram dedicados a região de Christchurch. No primeiro dia conhecemos e dormimos em Akaroa, uma cidade com forte influência francesa. No dia seguinte, conhecemos e dormimos em Christchurch, que ainda se recupera dos terremotos de 2010 e 2011.

De Christchurch percorremos um grande trecho até Nelson. No caminho, passamos por praias muito bonitas, de todo tipo, desertas, “abandonadas” na estrada ou acompanhadas por cidades e infraestrutura. Não paramos em quase nenhuma. Neste dia o único desvio foi na região de Marlborough, porque queríamos explorar um pouco os fiordes da região. Chegamos lá quando já era fim de tarde. Do pouco que vimos, nos pareceu uma região muito bonita e bem calma, com poucos turistas. Eu tinha lido em um blog que essa região era a Quiet Sister do famoso Abel Tasman National Park.

A 26Km de chegar a Nelson, onde dormiríamos, já estávamos bem cansadas do longo trajeto, e nos deparamos com a pista fechada. Desviar levaria mais de 3h. Nem pensar. Ficamos por ali até 0h30, quando haveria uma oportunidade, para quem estivesse ali no momento, de passar pela pista, atrás de um veículo que ditava a velocidade. Quando chegamos no hotel já passava das 2 da manhã. Acontece. O ponto aqui foi que o roteiro não estava preparado para este imprevistos… rsrs. No dia seguinte acordamos 6h, porque tínhamos que ir até Kaiteriteri onde tínhamos um water taxi agendado para explorar o tão conhecido Abel Tasman National Park. Foi duro acordar, mas realmente não dava pra perder este ponto alto da viagem.

Decidir o que fazer no Abel Tasman quando se tem um único dia disponível não é missão fácil. Depois de muito pesquisar decidimos fazer um trecho da Abel Tasman Coast Track, que se faz em 4 ou 5 dias. Escolhemos o trecho entre Bark Bay e Anchorage e não temos do que reclamar. Amamos. As informações mostravam que era um trecho que se fazia em 4h. Então, para irmos bem tranquilas e podermos aproveitar as praias, decidimos ir de water taxi. Compramos o primeiro horário de Kaiteriteri para Bark Bay e o último horário de Anchorage para Kaiteriteri. O barco da ida faz um rapidíssimo desvio para passar na Apple Split Rock, que não tinha como ficar sem ver. Além dela, os pontos altos da trilha são a própria Bark Bay, a impressionante Sandfly Bay (precisa fazer um desvio e o trecho é íngreme, mas vale a pena demais), a Frenchman Bay (só avistamos de cima), a Torrent Bay e Anchorage Bay. Aqui, um aviso importante: para fazer esta trilha é preciso estar atento ao horário da maré, que precisa estar baixa para que se possa passar entre Torrent Bay e Anchorage Bay. Os horários do water taxi tem que casar com a maré.

Depois deste dia, quem se lembra dos perrengues da noite passada? Sabe, Abel Tasman ganhou meu coração.

No dia seguinte, sob chuva – e agradecendo muito o sol que tivemos no dia anterior – partimos para Takaka, onde iríamos conhecer a região chamada Golden Bay. O dia todo esteve nublado e com chuva, o que não favoreceu muito nossa passagem pela região.

Do ponto mais ao norte que estivemos na ilha sul, era hora de descermos novamente. Este foi o dia do maior trajeto de toda a viagem. Dirigimos de Tanaka até Fox Glacier, parando em apenas para conhecer Punakaiki Pancake Rocks and Blowholes. Era para termos conhecido Hokitika Gorge, mas como já era tarde e o tempo estava ruim, decidimos não fazer o desvio de 1h. Teríamos adorado, tenho certeza.

Nesta região dos glaciares, que é muito famosa, não nos alongamos, só paramos para dormir mesmo. Certamente teria muita coisa para fazer, como trilhas e passeios de helicóptero aos glaciares, mas como já tínhamos ido ao Tasman Glacier, seguimos viagem, as próximas noites foram em Wanaka e Queenstown, de onde partimos para a ilha norte.

Na ilha sul, gostamos de tudo que vimos e ainda achamos que poderíamos ter tido mais dias para explorar algumas regiões. Vale dizer que as estradas são muito boas, apesar de muitos trechos sinuosos. Já no Brasil, descobrimos que levamos 2 multas: uma por ter passado a 69Km em um trecho em que a velocidade era 50km e outra porque estacionamos sobre a faixa. Bom avisar, né? Ah, também não se deve deixar de pesquisar se as trilhas que se pretende fazer estão abertas, no site do Departamento de Conservação. Muitas permanecem longos períodos fechadas para manutenção. Do mais, só aproveitar. Os neozelandeses são muito educados e foram muito receptivos conosco.


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